quinta-feira, novembro 27, 2003

Liberdade de escolha, divagando à volta do tema.

Reagindo ao retardador, não por falta de vontade mas por falta de tempo.
E mais ao retardador parece tendo em conta o ritmo assimétrico de post nos dois blogs.
No meu blog, o post de referência está ainda ao virar da esquina enquanto no +/- Virgem já está lá ao fundo da avenida.

Recordando…
(…)
Mas também acho que existem níveis diferentes de virgindade, e nem sempre a mais problemática de ser abandonada é a virgindade física.
Psicologicamente, muitas mulheres ficam virgens vidas inteiras, outras precisam de décadas para que o hímen mental se rompa e elas finalmente se entreguem sem receios a uma sexualidade que deveria ser natural.

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(…) "o entregar-se "sem receios a uma sexualidade que deveria ser natural"... Estremeço um bocadinho. Estremeço porque (não sei se é o caso) muitas vezes se parte do princípio que é aquilo que é natural é ter vida sexual activa, mesmo que não haja paixão, mesmo que não haja amor. "(…)

Quando falava numa sexualidade que deveria ser natural, não me referia ao facto de ter vida sexual activa ou não, mas sim ao modo como devemos encarar o nosso próprio corpo, o nosso desejo, e a forma como nos relacionamos com os outros, com os sentimentos e com os sentidos.
Referia-me sim a tabus que tolhem a liberdade de escolha, a educações que foram restritivas e que condicionaram a forma de estar posterior.
Para mim é uma opção tão natural ter uma vida sexual como permanecer à espera de alguém especial, ou nem estar à espera, simplesmente decidir que existem outras coisas a que nos queremos entregar e que o sexo não faz parte delas.

E acho que é uma decisão tão válida ter sexo por amor, ou ter amor pelo sexo.

Importante é ter a possibilidade de decidir. E concordo, que independência económica é um passo fundamental no caminho da liberdade.
Ainda me lembro bem da expressão “enquanto viveres à minha custa fazes o que eu mando”.

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